A dependência química do tabaco.

O tabagismo é doença pediátrica, crônica e psiquiátrica. Ela é pediátrica, por iniciar-se na fase de criança e adolescência. Segundo os dados do INCA, o tabagismo se inicia entre os 13 – 21 anos de idade. Ela é psiquiátrica, devido à alteração no sistema nervoso central, levando a ansiedade, a angústia, a insônia e a depressão. Vários usuários de tabagismo irão necessitar de ajuda psiquiátrica ao longo de sua vida para tratar de um ou mais sintomas descritos. Ela é crônica por necessitar de cuidados contínuos, depois que a doença se instala, os cuidados ocorrem para o resto da vida (diabetes, tireoide, alteração de pressão, enfisema...)

Por isso é muito importante que as pessoas evitem o vício. Evitando a experimentação, o uso contínuo e em fim a dependência química.

Uma vez instalada a dependência química, o usuário da droga nicotínica necessita de cuidados de profissionais para largar o vício: Psicólogo, Psiquiatra e Neurologista. Existem grupos de tabagismo realizados nas Secretarias de SaúdePublica e segue as normas estabelecidas pelo INCA em grupos de cessação de fumar, ou em consultórios de Psicólogos. Os atendimentos com Psicólogo são semanais para entender os gatilhos que levam as pessoas a fumarem; o profissional médico é para acompanhar a síndrome de abstinência química para a redução dos sofrimentos atribuídos a desestruturação generalizada pelo uso da droga nicotínica com a utilização de fármacos, na fase de abstinência química; um acupunturista que ameniza os sintomas da síndrome de abstinência estimulando aumento de endorfina; um psiquiatra que desenvolve o acompanhamento de desestruturações causadas pelo uso da nicotina no sistema nervoso central, devido a angustia, depressão, insônia e ansiedade. Não existe tabagista calmo! A ansiedade é decorrente da alteração do sistema nervoso central, como todo usuário de droga psicoativa vive. O tabagismo por ser uma droga classificada como estimulante, encontra-se no mesmo nível da cocaína e anfetaminas.

Para se livrar do tabagismo a primeira etapa é conscientizar-se que necessita fumar o ultimo cigarro. Segundo passo é perceber que necessita de ajuda psicológica, psiquiátrica e farmacológica (em alguns casos). Terceiro a pessoa necessita quebrar hábitos e regras de uso tabagista, tais como fumar o mais tarde possível, após acordar. Quando sentir "um desejo" de fumar, deve beber um copo de água, pois esta atitude simples ajuda a amenizar à vontade, chamada de " Fissura". Toda vez que a pessoa tiver "fissura" de fumar, deve resistir ao vício, resistindo sempre cinco minutos antes de acendê-lo imediatamente. Neste período o tabagista poderá mascar pau de canela, gengibre, agrião, chupar gelo, pau de cenoura, gelo... resistindo os cinco minutos. O mesmo realizando após o almoço e hábitos associados com o cigarro. Na segunda semana realizar uma progressão de tempo para dez minutos, entre a ideia e a realização do ato de acender o cigarro e assim por diante. O fumante deve garantir minutos sem fumar. Iniciando com cinco minutos, passando para dez, vinte, uma hora, dois dias e estabelecer uma data para parar de fumar. Chamamos o dia "D". Resista fumar dentro de casa, pois as toxinas liberadas pelo tabaco permanecem dentro do ambiente lhe estimulando a fumar, sem ter "vontade". Fume somente ao ar livre. Evite fumar em janelas e em espaços com marquise, pois a fumaça permanece concentrada no local fumado, contaminando as pessoas que não fumam. Parar de fumar é reconstruir hábitos saudáveis de saúde. Criar uma estratégia gradativa de evitação. Evitar reforçar o vício, e não acender o cigarro quando a ideia vier à mente, levará a cessação com consciência e sabedoria.

" Parar todo mundo para, difícil é permanecer parado". Quem deseja parar de fumar poderá se inscrever pelo telefone 21 .99832.4920(watts), na quarta, quinta e sexta-feira. Marcia Sayão (Coordenadora de grupos de Tabagismo desde 2002 e Psicóloga Clínica desde 1988).

"Cuidar de si é aprender a viver."

Márcia Sayao

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